Labirintos guardam enigmas dobrados sobre outros. Mal saimos de um labirinto e esquecemos o instante que sentimos o vazio nos interstícios das dobraduras. Centro do labirinto, lugar onde a vista abarca a multiplicidade de avessos.

segunda-feira, junho 12, 2006

Azul-Chumbo-Vermelho-Sal


Náufragos
é para vocês que escrevo
frases ou palavras hoje os signos vencem.


Barcos avariados
cais de inocências não permitidas.

Não sei o ritmo nas ondas
no vendaval das marés

o sal escreve enigmas
não de frases ou palavras
hoje o que não sei me vence.

Naufrágios nos silêncios
quase sussurram verbo azul
chumbo como aves
rarefeito ar

de cortar
sabem do sal
na carne aberta
esculpindo minha boca

adentro

Pousa Pulsa
verte vermelho
lambe cabelo na face
a boca mistura

areia-sangue-canto-cortado

no silêncio escuro
rouco rasurado
o sal filigrana
tortura e lambe
memória

tudo em mim

Um comentário:

Anônimo disse...

O sal escreve enigmas, as lagrimas escrevem enigmas!
Náufragos a deriva... até encontrar uma pequenina ilha, isolada e deserta, cercada de palavras cheias de sal, cheias de lágrimas.
Tento construir um barco para aventurar me além mar. Num mar que muito de teu sal são lágrimas de portugal, são lágrimas de brasileiros, lágrimas de diversas nacionalidades.
Todas as tentativas de sair da ilha tornam se frustrantes... até que em meu bolso encontro um papel, roto! Não em branco e nada vazio, mas cheio e preenchido com um breve poema que havia escrito antes do naufrágio.
Minha salvação!!!
Com o cuidado que um japones tem ao fazer um origami eu o dobro e faço um barquinho que me tira desta ilha e me leva a navegar o imenso abismo do horizonte.
Tereza sinto saudades da sua aula, sintos saudades de conversar com vc.
Danada palavra essa que foi legada a nós, falantes da Língua portuguesa: Saudades.