Labirintos guardam enigmas dobrados sobre outros. Mal saimos de um labirinto e esquecemos o instante que sentimos o vazio nos interstícios das dobraduras. Centro do labirinto, lugar onde a vista abarca a multiplicidade de avessos.

segunda-feira, agosto 22, 2005

Isso que faz Não dizer Teu nome

folha à folha
escrevo
luz
poeira de estrela
soprada em teu corpo
pelos signos que habito

devaneio de vento
encanoa
linha
no horizonte

para existir
em teus olhos

acendo
tuas retinas
e desejo
pulsar

quase fogo
quase chama
na artéria elemental

sulca rasga verte
brasa no tempo
acende
de novo luz

tudo em mim
é não dormir

tenho sede
desejo
folha à folha
manchas de água

estendem braços
nos lençóis brancos


seixos e folhas
para tuas mãos

pulso e hálito e quente

e te seguro
com avidez

não me entrego fácil

Qual é a parte
da tua estrada
No meu caminho?

2 comentários:

Anônimo disse...

Folha á folha, página à página. mas lembrou meio Folhas de Relva. Sei lá

Anônimo disse...

Que coisa mais linda...! De um lirismo ímpar, forte e delicado ao mesmo tempo. Lembrei-me de Zeca Baleiro, e de suas imagens , fortíssimas tb. Fiquei sem palavras... Logo eu, tão loquaz...rs

Tati