Labirintos guardam enigmas dobrados sobre outros. Mal saimos de um labirinto e esquecemos o instante que sentimos o vazio nos interstícios das dobraduras. Centro do labirinto, lugar onde a vista abarca a multiplicidade de avessos.

domingo, setembro 11, 2005

Náufragos, é para vocês que escrevo

de frases ou palavras
hoje os signos vencem.

Barcos avariados
cais de inocências não permitidas.

Não sei o ritmo nas ondas
no vendaval das marés
o sal escreve enigmas

não de frases ou palavras
hoje o que não sei me vence.

Naufrágios nos silêncios
quase sussurram verbo azul
chumbo como aves

que não trazem gesto
de cortar rarefeito ar

sabem do sal
na carne aberta

esculpindo minha boca
adentro
Pousa Pulsa
verte vermelho

lambe cabelo na face
a boca mistura

areia-sangue-canto-cortado
no silêncio escuro
rouco rasurado
o sal filigrana

tortura e lambe
memória
tudo em mim

Um comentário:

Igor disse...

Que lindos versos! Assim que vi a atualização, tratei logo de comentar! :)
Eu já fui um náufrago perdido numa ilha inóspita..
Agora não mais, há um tempo encontrei uma embarcação perfeita em que encontrei a felicidade. O barco se chama amor e a felicidade se chama Mariana. :)