Labirintos guardam enigmas dobrados sobre outros. Mal saimos de um labirinto e esquecemos o instante que sentimos o vazio nos interstícios das dobraduras. Centro do labirinto, lugar onde a vista abarca a multiplicidade de avessos.

sábado, outubro 15, 2005

Branco

os dias permanecem
silêncio maciço
no amarelo secreto
em meus olhos

escondo girassol noturno

feito pedras de contos
respiro
miragens sobre a terra
matéria vítrea areia

constrói espelho
entalha
asas entre espaços
do branco

à sombra há arvore
do papel
que me devora
órbitas retilíneas

a terra
palavra corpo

e meus olhos presos
à espera
do entalhe encaixe
súbito fluído

nenhum sentido
me devolve
prefiro música
feito orpheu

3 comentários:

Anônimo disse...

não gosto de poesias, gosto de poetas.

Anônimo disse...

Há! Agora que me toquei... Cordelista>>> Conheço esse repentista cibernético.
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Também não gosto de poesias, mas elas gostam de mim...
Elas me perseguem, penetram pelas minhas vistas, pelos meus sentidos.
Penetram em minha mente e me deixam (ainda mais) desonrientado.
Quando eu era criança eu ficava a olhar para as estrelas e fitava a Lua através da janela do meu quarto e sonhava, sonhava em ser Astronauta!
Mas aconteceu, certa noite de Lua cheia banhei me em sua Luz crendo ser uma simples luz refletida pela Lua, entretanto mal sabia eu que não tratava-se disso! A Luz que me iluminou era a Luz que tanto inspira os poetas, que tanto fascina os Homens.
Talvez... seja por isso também que existe algo meio "exotérico" em mim que sempre aflora.

Anônimo disse...

Poema é bom pra ler, é bom pra sentir, é bom pra refletir.
Eu gosto muito da parte filosófica-sentimental dos poemas! É isso aí... O poema serve para deixar com mais interrogações, reticências e vírgulas onde não havia nada :/
Antes uma dúvida ou um sentimento do que nada ter que pensar :)